quinta-feira, 23 de outubro de 2025

A universalidade do voto Benfiquista

No próximo sábado realiza-se mais um acto eleitoral do Sport Lisboa e Benfica, não tenho dúvidas de que será o mais participado da história do clube. Pela primeira vez iremos ter 6 candidatos a eleições. Não creio que, como o actual presidente diz, seja porque o clube está apetecível, pelo contrário. Estamos em crise de resultados, a uns deslizes desportivos de passarmos por uma crise financeira e ainda não recuperámos da crise de valores criada no tempo do Outro Senhor. 

Este acto eleitoral foi marcado por uma inesperada polémica, a do voto electrónico, sobretudo devido a dois candidatos (Cristóvão Carvalho e Martim Mayer) mal preparados e desconhecedores do Sport Lisboa e Benfica e dos seus estatutos, mas também por causa das artimanhas do presidente da Mesa da Assembleia Geral (em conluio com a direcção e lista da qual faz parte). Este frequentemente insistiu no mesmo ponto (já rejeitado), lançou comunicações com uma orientação inversa ao que está escrito estatutariamente e não preparou a possibbilidade de voto por correspondência. 

Nesta senda de sucessivas discussões sobre o voto electrónico parece que poucos conseguem distinguir entre voto electrónico e voto online. O voto electrónico é o efectuado em locais de voto em máquinas instaladas para o efeito, o voto online é o efectuado através de internet com senhas enviadas para os sócios no estrangeiro e Regiões Autónomas portuguesas. Foram usados no SL Benfica o voto electrónico e voto online pela primeira em 2006, ano em que foi possível votar pela primeira vez fora de Lisboa, tendo sido possível votar em 5 locais espalhados pelo país. Até 2016 desenrolou-se assim em todos os actos eleitorais do Sport Lisboa e Benfica, variando apenas um ou outro local de voto. 

 Em 2020 e 2021 pode-se votar em 24 locais de voto em Portugal Continental, tendo o voto electrónico depósito em urna. O voto em urna foi pedido para que se pudesse verificar que os resultados do voto electrónico eram anunciados correctamente. Algo que só se aplicaria ao voto electrónico e não ao online. 

Convocatórias dos actos eleitorais do Sport Lisboa e Benfica disponíveis online: 


 A polémica da (não) contagem dos votos nas eleições de 2020 levou a que na revisão estatutária deste ano se regulasse que o voto electrónico apenas é utilizado quando todas as listas concordam com a sua utilização, tendo este que ter sempre depósito em urna e contagem dos votos. Não está contemplado o voto online, nem sequer o voto por correspondência (parecendo-me que este não seria problemático para os candidatos).

Desde o início duas listas rejeitaram o voto electrónico - a de João Noronha Lopes e a de João Leite (candidato à MAG). 

Os candidatos Cristóvão Carvalho e Martim Mayer têm insistido frequentemente no ponto do voto electrónico. Ainda esta semana Martim Mayer lançou este comunicado no seu site de campanha:


Onde se pode ler:

Impedir benfiquistas de exercer o seu direito, depois de décadas de participação ativa, é um erro grave e um sinal de afastamento da realidade do clube. O Benfica é universal, e universais devem ser os seus direitos.

Este ponto da universalidade do voto já tinha sido levantado na última Assembleia Geral por Martim Mayer.

Ora, desde a fundação até 2006 houve 19 actos eleitorais com mais que um candidato, nesses 19 actos eleitorais apenas se pôde votar em Lisboa (na sede na Rua do Jardim do Regedor ou no Estádio do Sport Lisboa e Benfica). Nos 4 actos eleitorais entre 2006 e 2016 (dois deles apenas com o Outro Senhor como candidato) os sócios de Portugal Continental apenas tiveram 5 locais onde pudessem votar. Em 2020 e 2021 os sócios de Portugal Continental apenas tiveram 24 locais onde pudessem votar. Nas eleições de 2025 existem 80 locais de voto em Portugal Continental, 3 nas Regiões Autónomas portuguesas e 25 no estrangeiro. Nas eleições de 2021 votaram cerca de 4500 sócios online, dos quais muitos continuarão a poder votar.

A maioria dos sócios do Sport Lisboa e Benfica vive em Portugal Continental e estes nunca puderam votar sentados no sofá. Até já tiveram que ir de todo o país a Lisboa para votar. Ainda hoje muitos têm de fazer alguns quilómetros para poder votar, todos têm de se deslocar. A universalidade do voto no Sport Lisboa e Benfica nunca esteve em causa, nem antes de 2006 e muito menos agora que vai ser o acto eleitoral mais disponível para a maioria dos sócios.

Gostaria que o candidato Martim Mayer me dissesse se as eleições para os órgãos sociais do Sport Lisboa e Benfica em 1969 foram ou não universais, pois só se pôde votar em Lisboa.

No sábado, faça chuva ou faça sol, lá estarão milhares de Benfiquistas a exercer o seu direito de voto, em números como nunca se viram. Vamos derrubar a Primavera Costista nas urnas!

sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Campeonato de Portugal vs Campeonato da Liga

Volto a um tema que foi até o último que abordei neste blogue, a legitimidade sobre os vencedores do Campeonato de Portugal de serem considerados campeões nacionais. Faço-o porque, apesar de já ter sido deliberado pela Assembleia Geral da FPF que não deve haver alteração à contagem oficial, o Sporting CP continua a adulterar a contagem dos seus títulos nacionais. Isto sem que haja qualquer castigo ou sequer objecção oficial por parte da FPF a este ataque à sua história. Instituição esta que não se coíbe de aplicar castigos a clubes e dirigentes desportivos devido a comunicados oficiais ou declarações.

A pedido do Sporting CP já foi feito um estudo sobre este tema e o assunto já foi votado numa Assembleia Geral Extraordinária da FPF. A FPF pediu às Universidades do Porto, Coimbra e Lisboa a nomeação de investigadores independentes para este estudo, tendo sido criada a Comissão Independente de Análise dos Títulos Nacionais (CIATN). A CIATN fez um estudo sério sobre o assunto, baseando-se em documentos oficiais mas também em outras publicações da época do Campeonato de Portugal. Chegaram a uma conclusão com a qual não concordo, mas que é obviamente legítima: até 1934/35, aquando da criação do Campeonato da Liga, os vencedores do Campeonato de Portugal são considerados campeões nacionais, a partir daí essa designação passa para os vencedores do Campeonato da Liga/Campeonato Nacional.

Relatório da CIATN

Se esta deliberação tivesse vingado quer o SL Benfica, quer o Sporting CP teriam mais 2 títulos, o FC Porto mais 3, o CF "os Belenenses" mais 3, o SC Olhanense 1, o SC Marítimo 1 e o Carcavelinhos FC 1. Não seriam mais 4 títulos para o Sporting CP, mantendo o SL Benfica os seus títulos sem alteração, como eles advogam. De qualquer forma, esta deliberação não foi tornada oficial, como já dito foi levada a votação na Assembleia Geral Extraordinária da FPF de 29 de junho de 2022, junto com três outras propostas:

- juntar os vencedores do Campeonato de Portugal e da Taça de Portugal, mantendo os títulos de campeão nacional para os vencedores do Campeonato da Liga e do Campeonato Nacional (aquela que me parece ter mais fundamento histórico);

- tornar todos os vencedores do Campeonato de Portugal como campeões nacionais e obliterar a existência do Campeonato da Liga, que efectivamente conferia esse título (proposta do Sporting CP, é a única proposta sem cabimento, porque se baseia em pressupostos falsos sobre o Campeonato da Liga e não históricos);

- manter tudo como estava antes, ou seja, os vencedores do Campeonato da Liga e do Campeonato Nacional são campeões nacionais e os vencedores do Campeonato de Portugal e da Taça de Portugal são listados separadamente.


Esta última proposta foi a aprovada. Discordo dela porque tal como há documentação a comprovar que o Campeonato da Liga e o Campeonato Nacional são a mesma competição apenas como uma alteração de nome, também existe estabelecendo a mesma ligação entre o Campeonato de Portugal e a Taça de Portugal (essa documentação até é a mesma). Discordo também com a proposta da CIATN porque me parece que não vai de acordo com o espírito das competições, tendo esta comissão se baseado além das fontes oficiais em publicações jornalísticas, também já o fiz e nestas encontram-se argumentos para ambos os lados. Vou apenas basear-me na documentação oficial que encontrei na Biblioteca Nacional de Portugal.

Como contexto histórico convém referir que a criação de um campeonato nacional em formato de liga tornou-se completamente necessário ao olhar dos dirigentes do futebol nacional após uma derrota de 9-0 da selecção de Portugal contra a selecção de Espanha na qualificação para o Mundial de 1934. Decidiu-se então seguir o modelo da Espanha, com Campeonatos Regionais que apuravam para o Campeonato da Liga, havendo ainda a competição por eliminatórias, o Campeonato de Espanha (hoje conhecido como Copa del Rey) que também já existia desde antes do Campeonato da Liga. Em Espanha a cronologia dos campeões nacionais inicia-se também com o Campeonato da Liga e não com o Campeonato de Espanha, não havendo, no entanto, uma separação de cronologia na prova por eliminatórias como no caso português.


Estatutos e Regulamentos da FPF - 1937


Este documento é claro quanto ao espírito das competições. Num capítulo introdutório os autores explicam os pontos considerados no projecto, entre eles conta-se aportuguesar os termos da instituição, entre os quais o nome do Campeonato da Liga, visto não existir Liga de Clubes e na realidade o Campeonato da Liga ser um campeonato nacional.

Tendo também em vista a subida de divisão a partir da 2ª Liga/Divisão, que só se viria a concertizar na época de 1946/47 com nova reformulação dos quadros competitivos, desta vez mais profunda. Pois, como se sabe em 1938/39 as alterações foram sobretudo nas designações, a fórmula de disputa do Campeonato de Portugal continuou na Taça de Portugal e o mesmo se passou entre o Campeonato da Liga e o Campeonato de nacional.

Neste documento (aprovado no Congresso da FPF) os autores reconhecem que o Campeonato de Portugal "não tem verdadeiramente proporções de Campeonato Nacional, designando-o Taça de Portugal à semelhança das competições dos outros países com as mesmas características". Considerou-se que ambas as competições tinham nomes desadequados para aquilo que representavam. Este documento é da altura em que as competições existiam com os seus nomes antigos, não se trata de revisionismo posterior, como actualmente alguns querem fazer, querendo dar a entender que o Campeonato da Liga se tratava de uma competição experimental sem carácter oficial.


Regulamento do Campeonato de Portugal

Consultando o Regulamento do Campeonato de Portugal podemos observar que não existe referência à atribuição de um título nacional ao vencedor da prova, além de encontrarmos artigos que foram transpostos para a Taça de Portugal.


A competição tinha duas fases: o Torneio de Classificação (os campeonatos regionais) e a Competição de Honra (torneio nacional). Ao vencedor era atribuída um troféu designado de Taça Portugal.



Estatutos e Regulamentos FPF - 1938


Este documento é a consequência do preparado em 1937 e levado a aprovação do Congresso da FPF. 


Aqui, ao contrário do que sucedia no Regulamento do Campeonato de Portugal, está definido que o vencedor do Campeonato Nacional é o campeão nacional. 


O capitulo sobre o troféu da Taça, com pequenos ajustes, é semelhante ao que sucedia no Campeonato de Portugal, visto as competições e a própria taça serem as mesmas.
 
Programa Oficial dos Jogos da FPF 1967/68


Ao longo da história os registos oficiais sempre registaram o Campeonato da Liga junto com o Campeonato Nacional. Em 1967/68, a FPF lançou o programa oficial dos jogos dos campeonatos nacionais, nele constavam classificações, entrevistas, curiosidades, plantéis e também um pouco de história.




Vinte Anos de Football em Torneios da Federação 1922-1941


Esta publicação documenta a história dos torneios oficiais da FPF poucos anos depois da mudança de nome das competições. 



Após a criação do Campeonato da Liga em 1934/35 a fórmula de qualificação para o Campeonato de Portugal foi alterada. Enquanto que até aí eram os Campeonatos Regionais que apuravam as equipas para o Campeonato de Portugal, a partir desse momento os Campeonatos Regionais qualificavam as equipas para os Campeonatos das Ligas e estes para o Campeonato de Portugal. Às equipas da Primeira Liga juntavam-se os melhores da Segunda Liga e o campeão das ilhas. Este formato manteve-se até 1946/47.


Os vencedores do Campeonato de Portugal e da Taça de Portugal eram listados juntos como os "vencedores da prova" (portanto, a mesma competição).


Os 50 Anos da FPF


Em meados dos anos 1960 a história ainda era documentada com a continuidade que as competições traziam desde o seu início. 



Também aqui ainda se considera a nomenclatura do Campeonato da Liga incorrecta devido a uma influência britânica, facto que deu origem à alteração de nome.


Já nesta altura é referido que há quem devido "ao sabor da paixão e dos interesses momentâneos das massas clubistas" haja quem queira distinguir o Campeonato da Liga do Campeonato Nacional. Confusão essa que sabemos hoje acabou por vingar num certo meio, ignorando a documentação histórica.


Nesta publicação também se documenta a influência do modelo espanhol no que viria a suceder em Portugal.


Considerações finais

A FPF tem documentos que contam bem a história das suas competições, no entanto, a partir de um certo momento nos meios jornalísticos e clubísticos passou a haver uma separação entre Campeonato de Portugal e Taça de Portugal, em alguns meios isso também sucedeu com o Campeonato da Liga e o Campeonato Nacional. Outros ainda tentaram passar a ideia que o Campeonato da Liga era uma prova experimental, atribuindo-lhe mesmo esse nome, referindo-o até como prova não oficial. Todos os documentos oficiais que encontrei da altura e os livros que contam a história das competições da FPF comprovam o contrário.

Houve tanta pressão para se alterar a história que a FPF pediu um parecer de uma comissão independente para redefinir a verdade histórica. Essa comissão analisou os documentos oficiais, analisou a comunicação da altura e propôs uma alteração, para que alguns vencedores do Campeonato de Portugal também fossem considerados campeões nacionais. Compreende-se que seja tentador considerar a única competição existente como o campeonato nacional. É um argumento fácil de defender.

É sabido que este assunto se tornou premente quando o SL Benfica dobrou os títulos de campeão nacional do Sporting CP. No entanto, o defendido pelo Sporting CP é o mais descabido entre as possibilidades apresentadas para a contabilidade de títulos de campeão nacional. A CIATN propõe mais 2 títulos para ambos os clubes. No entanto, devemos analisar as competições também com a proximidade que têm os casos similares e que estão na origem do caso português. O espanhol de onde copiámos o modelo e onde não se misturam títulos de Taça com títulos de Liga, sendo também a Taça mais antiga. E também o inglês, de onde copiámos erradamente o nome do Campeonato da Liga, em todos os países britânicos a Taça é anterior à Liga e não há mistura de títulos. Existem outros casos na Europa onde a história é diferente, mas nem esses casos nos são tão próximos nem têm o nosso percurso histórico.

A FPF perdeu com a Assembleia Geral Extraordinária uma oportunidade de corrigir a separação entre Taça de Portugal e Campeonato de Portugal. No entanto, deliberou que os campeões nacionais são aquilo que sempre foram. Não percebo porque permitem a um clube adulterar a história da FPF e do futebol nacional.

sexta-feira, 17 de junho de 2022

Campeonato da Liga - Campeonato de Portugal: os legítimos campeões nacionais

Tenho visto muitos comentários sobre a legitimidade dos Campeões da I Liga ao título de campeão nacional, o mesmo sobre onde se deve situar o Campeonato de Portugal. Muitas destas opiniões são escritas por quem desconhece por completo a história das competições de futebol em Portugal. Vou também escrever um pouco sobre o assunto.

Devo dizer que este tema já está muito bem documentado pelo Alberto Miguéns no seu blogue Em Defesa do Benfica. Muitas pessoas não o lêem porque é escrito por um Benfiquista que escreve sobretudo sobre o Sport Lisboa e Benfica, no entanto, ficam a perder, porque lá se escreve muito (e bem) sobre a história do futebol (além de outros desportos). Deixo com antecedência estas ligações desse espaço onde podem ler sobre este assunto:

https://em-defesa-do-benfica.blogspot.com/2017/05/futebol-em-portugal-de-1938-e-mais.html (Este texto está especialmente bem documentado com recortes de jornais da época.)

 

https://em-defesa-do-benfica.blogspot.com/2016/06/falacias-e-balelas.html

 

http://em-defesa-do-benfica.blogspot.com/2020/07/se-fpf-esta-desarrumada.html (Com documentos oficiais da FPF.)

 

http://em-defesa-do-benfica.blogspot.com/2022/06/vigarice-ou-meia-vigarice-e-sempre.html

 

http://em-defesa-do-benfica.blogspot.com/2020/11/revisionismo-em-bola.html

 

Inicio os meus comentários contrapondo com algumas opiniões que fui lendo, durante alguns anos, sobre esta temática.

 

“O Campeonato da Liga era uma prova experimental”

 

(https://www.zerozero.pt/edition.php?id_edicao=57)

 

Isto só será verdade na medida em que nunca tinha sido disputada uma prova do género a nível nacional. Nunca, ao contrário do que muitos tentam actualmente fazer crer, a competição se chamou Liga Experimental. O nome oficial da competição era Campeonato da I Liga e é assim (ou Campeonato das Ligas) que se encontra a sua designação quer nos jornais da época quer nos documentos da FPF.

 

(Diário de Lisboa, 20-01-1935)

 

Logo na primeira jornada da primeira edição a competição é referida no Diário de Lisboa como Campeonato das Ligas (e assim será até 1938). Se alguma vez houve uma jornada experimental teria de ser esta. Mas essa designação (como o intuito de diminuir o valor da competição) foi-lhe atribuída posteriormente – creio até que recentemente.

 

(Diário de Lisboa, 08-05-1938)


“O Campeonato da Liga era uma prova de final de época” / ”Servia para ocupar as datas em que não era jogado o Campeonato de Portugal”

 

Esta não poderia estar mais longe da verdade, estando até invertida quanto à calendarização das competições. O Campeonato da Liga era disputado após o final dos Campeonatos Regionais, que tinham de ser disputados na primeira metade da época até ao final de Dezembro. Entre Janeiro e Maio jogava-se o Campeonato da Liga. E a época terminava com o Campeonato de Portugal disputado entre Junho e Julho.

 

Nunca poderia servir para ocupar as datas livres entre o Campeonato de Portugal porque até era uma prova mais longa, o Campeonato de Portugal começava a disputar-se nos oitavos de final a duas mão e terminava numa final a um jogo, com o máximo de 7 jogos para os finalistas, contra os 14 disputados no Campeonato da Liga.


“O Campeonato da Liga não era uma prova da FPF/oficial”

 

(https://www.zerozero.pt/edition.php?id_edicao=64)

 

O Campeonato da Liga era uma prova organizada pela FPF, que a continuou mais tarde com a designação de Campeonato Nacional. Como se pode observar no relatório e contas da FPF para a época 1938/39:


“O Campeonato da Liga apenas recentemente é contado como campeonato nacional”

 

Já ouvi esta várias vezes, sobretudo baseada na listagem que o Record fez em 1993/94 atribuindo apenas 27 títulos nacionais ao Sport Lisboa e Benfica. Dizem que apenas quando o Sport Lisboa e Benfica venceu o seu 31º título nacional em 2004/05 a contagem passou a contar os Campeonatos da Liga (a que começaram a chamar experimentais). Ora, as outras publicações sobre o título de 1993/94 referem já os 30, contando os Campeonatos da Liga, como vinha sendo feito, o Record decidiu que os Campeonatos da Liga não contavam. Tenho uma revista do Correio da Manhã a propósito da pré-época da edição seguinte que contabiliza em 1994 30 títulos para o Sport Lisboa e Benfica. O Sport Lisboa e Benfica sempre contabilizou os Campeonatos da Liga, não acrescentou 3 títulos décadas depois.


“O Campeonato da Liga não era verdadeiramente nacional”

 

Esta é verdade. O Campeonato da Liga não abrangia equipas de todo o país, apenas 4 Associações Regionais apuravam equipas para o Campeonato da I Liga. Foi assim até à época 1945/46 aquando da reformulação das provas nacionais, estando na altura a I Divisão já aberta a clubes de mais Associações Regionais. Como o Campeonato Nacional seguiu a estrutura do Campeonato da Liga, durante mais 8 edições da prova, após a alteração de nome, apenas algumas Associações Regionais podiam inscrever clubes na I Divisão, estando a II Divisão aberta a mais algumas. Só na época de 1945/46 foi introduzido o sistema de subidas e descidas de divisão em vez de apuramento para o Campeonato da I Divisão via Campeonatos Regionais. Na mesma altura foi alterado o formato da Taça de Portugal, até então, seguindo também a fórmula do Campeonato de Portugal os apurados para esta competição eram os participantes na I Divisão/I Liga e os primeiros classificados da II Divisão/II Liga. Se o Campeonato da Liga não era totalmente nacional o Campeonato de Portugal também não o podia ser, uma vez que os apurados para o disputar eram definidos nos Campeonatos das Ligas (desde a criação destes).

 

De referir também que o primeiro Campeonato de Portugal, disputado em 1921/22, teve apenas como participantes os vencedores dos Campeonatos de Lisboa e do Porto, Sporting CP e FC Porto, respectivamente. O campeão foi decidido em 3 jogos entre estas equipas e poderia ter sido apenas 1 como estava inicialmente regulamentado. Note-se que nessa época se disputaram também campeonatos regionais nos distritos de Faro e Évora.

 

As competições

 

Está bem documentado que Campeonato Nacional foi a nova designação do Campeonato da Liga e que Taça de Portugal foi a nova designação do Campeonato de Portugal. Está em jornais da altura, está em documentos oficiais da FPF e até é atestado pelos troféus atribuídos aos vencedores das competições. A taça do Campeonato da Liga é igual à taça do Campeonato Nacional, a taça do Campeonato de Portugal é igual à taça da Taça de Portugal, até a Taça que fica sempre com a FPF é a mesma desde 1922 e tem uma placa para cada um dos vencedores desde o Campeonato de Portugal.

 

(https://sol.sapo.pt/artigo/612743/a-historia-da-taca-de-portugal - a ler)

 

A alteração de denominação de Campeonato da Liga para Campeonato Nacional é semelhante ao que aconteceu em 1999/2000 com a alteração de nome para Primeira Liga. Contudo, não se separam em listas diferentes os vencedores do Campeonato Nacional e os vencedores da Primeira Liga.


(Diário de Lisboa, 08-01-1939, página 4)

 

(Diário de Lisboa, 15-01-1939, página 4)

 

Muita da documentação é retirada do Diário de Lisboa porque tem todas as edições disponíveis online. Quem estiver interessado e for ler, mesmo na altura dos Campeonatos da Liga referiam o Campeonato de Portugal como a competição máxima, contudo, continuaram a fazê-lo após as alterações de nomes. Ainda hoje a Taça de Portugal é referida como a prova rainha. Neste excerto até referem o vencedor da Taça de Portugal como o “campeão novo”:

 

(Diário de Lisboa, 25-06-1939)

 

A final da Taça de Portugal, antes Campeonato de Portugal, sempre foi a festa do futebol. Durante os tempos do Campeonato da Liga ambas as Taças eram entregues após a final o Campeonato de Portugal (ambos oficiais, portanto):

(Diário de Lisboa, 26-06-1938)

 

O vencedor do Campeonato da Liga sempre foi um legítimo campeão, como só podia para o vencedor da prova mais difícil – aquela que premeia a regularidade.


(Diário de Lisboa, 08-05-1938)

 

Parece fazer confusão a muita gente ter existido uma competição nacional e não haver um campeão nacional. Aconteceu em muitos países, por exemplo: em Inglaterra, na Escócia, em Espanha. Acerca da Inglaterra ou da Escócia nunca ouvi dizer que alguém pretendesse atribuir títulos de campeão nacional aos vencedores da principal competição por eliminatórias antes da criação das ligas nacionais. Hoje, na Europa, está assente que o campeão é o vencedor da liga nacional. No Liechtenstein, único país da UEFA sem liga nacional, existe uma Taça nacional que não atribui título de campeão. O problema em Portugal foi o nome que se deu à competição por eliminatórias em 1922, isso gera confusão 100 anos depois. A nomeação de competições no futebol português é tão astuta que actualmente a quarta divisão nacional é denominada de Campeonato de Portugal

 

O caso de Espanha

 

Em Espanha a história das competições tendo em conta a sua estrutura é semelhante ao caso português, havendo como diferença principal a criação do sistema de subidas e descidas desde o início da Liga espanhola. A primeira competição nacional foi criada em 1903 com o nome de Campeonato de Espanha, é hoje considerada a primeira edição da Taça de Espanha. Chegou a ser também disputado apenas por 2 equipas. Houve até uma edição com uma liguilha final entre 3 equipas (em Portugal não, cá foi sempre por eliminatórias). Foi uma competição disputada por equipas apuradas através de Campeonatos Regionais, inicialmente apenas os campeões (como em Portugal). Em 1926-27 em Espanha algumas regiões passaram a apurar mais que uma equipa para o Campeonato de Espanha, o mesmo aconteceu em Portugal na época seguinte. Em 1931, já com a existência da Liga nacional, o Campeonato de Espanha mudou de nome para Taça do Presidente da República ou Taça de Espanha. Em Portugal como sabemos aconteceu o mesmo em 1938-39. Actualmente, a Taça de Espanha tem a designação oficial de Campeonato de España-Copa de Su Majestad el Rey, ainda tem a designação de Campeonato de Espanha. Apesar disso, o campeão espanhol é, e sempre foi, unanimemente reconhecido como sendo o vencedor da Liga.



Considerações finais


Tenho lido na comunicação social que a FPF pediu um parecer sobre a legitimidade de cada competição para atribuir títulos nacionais, mas a FPF já o fez sem ajudas externas em 1938.


Como se percebe, eu considero legítimo que apenas os campeões das provas em formato de Liga atribuam o título de campeão nacional. São essas competições que na Europa designam os campeões nacionais. Mesmo que já existissem outras competições antes. Competições a eliminar são Taças.


Um dos pareceres que vai ser discutido na FPF vai de encontro à minha opinião, e visa juntar na mesma listagem os vencedores do Campeonato de Portugal e da Taça de Portugal (como foi e como deveria ter continuado a ser). Outro traz um sistema misto, em que os campeões da Liga continuam como campeões nacionais, mas acrescentam-se a estes todos os que ganharam a prova a eliminar antes de existir liga nacional - isto é criar a história dos anos 1920 e 1930 em 2022. Não é tão mau como o proposto em que todos os vencedores do Campeonato de Portugal passariam a campeões nacionais e os vencedores do Campeonato da Liga passariam a vencedores de uma prova experimental que não foi. É, no entanto, pouco justo atribuir títulos de campeão a vencedores de provas a eliminar - com campeões a disputar apenas 2 jogos (1923, 1926), 3 jogos (1922, 1925) e 4 jogos (1924, 1929) - nivelando-os a vencedores de ligas nacionais.


Se a proposta com a qual não concordo (e pelo que tenho lido, a maioria dos Benfiquistas não concorda) for avante o Sport Lisboa e Benfica deveria deixar de listar os campeonatos nacionais vencidos mas o número de ligas vencidas e o número de Campeonatos/Taças de Portugal vencidos. Aí até hoje serão sempre 37 ligas e 29 taças.

segunda-feira, 30 de setembro de 2019

RGS e o combate à ditadura

"Nunca conseguirão calar a voz dos benfiquistas numa Assembleia Geral do clube. É assim que caem as ditaduras!" 

Não será pela sua acção nas AGs que esta direcção cairá, para isso era preciso que ele lá fosse. Diz que ia às dos tempos do Vale e Azevedo, deve ter sido porque essas eram transmitidas na televisão.

domingo, 29 de setembro de 2019

Assembleia Geral Ordinária 27-09-2019 (2)

Vou iniciar a publicação de uma série de discursos que decorreram na úlltima Assembleia Geral Ordinária. Primeiro publico o meu, depois colocarei alguns que estão disponíveis noutras plataformas.
Antes que venham dizer que o que se passa na AG fica na AG, relembro-vos que isso é uma grande falácia, as AG não são reuniões secretas, são reuniões legais que ficam registadas em Actas que podem ser consultadas. As AG chegaram a ter mesa para os órgãos de Comunicação Social e até transmissão televisiva. Actualmente, até como garante da democracia, deveriam ser transmitidas no canal do clube.
"Boa noite a todos os Benfiquistas aqui presentes,
Por mais que nos digam o contrário, actualmente no Benfica não queremos ganhar tudo, queremos ganhar o suficiente. Há quem diga também “isto não é o Benfica”; é errado! O Benfica é toda a sua história, para o bem e para o mal. Tudo o que fazemos constrói o Benfica, para o bem e para o mal. Não é, no entanto, esta a identidade histórica do Benfica, a nossa identidade é ganhar tudo e ganhar BEM!
Hoje mantemos o discurso do Benfica de antigamente, mas com uma acção diferente. Mantemos o discurso do Benfica de antigamente com uma interpretação muito moderna. As nossas grandes vitórias hoje são financeiras, é este o grande Benfica europeu.
Há pelo menos 15 anos que ouvimos dizer que queremos vencer na Europa e com a nossa formação, a mim parece-me que este plano passa por pôr um jogador da formação em cada grande clube europeu. Assim todos os anos ganhamos na Europa com a formação. A meu ver, mais importante que ganhar com a formação é ganhar e para isso temos que ter “grandes” jogadores, tenham 19 ou 30 anos, sejam portugueses ou não, venham da nossa formação ou não"
[Esta parte do discurso tinha sido escrita durante a tarde, portanto saiu fluída, o que se segue foram umas notas que fui juntando, logo, saíram num discurso mais trapalhão.]
"Em Junho de 2016 vim aqui expôr um problema relativamente às modalidades femininas do nosso clube, na altura foi-me dito que nada disso era verdade mas continua tudo a ser actual, os problemas mantêm-se. Continuam com pouca visibilidade na informação do clube, há resultados que não são publicitados, há jogos que começam à porta fechada. Isto existe há anos, continua e as pessoas dizem que isto não se passa, mas é verdade.
Gostava também de saber:
- Porque continuamos a pactuar com órgãos de Comunicação Social que nos tentam humilhar constantemente?
- Porque continuamos a convidar presidentes da Liga e da Federação para tudo e depois nos queixamos das suas acções na comunicação do clube?
- A BTV actualmente, apesar de não transmitir [alguns] jogos de equipas femininas que são em casa, e nem sequer resumos, continua com programas pobres, sempre a dizer o mesmo, sem inovação e apenas de propaganda.
Boa noite e
Viva o Benfica!"

sábado, 28 de setembro de 2019

Assembleia Geral Ordinária 27-09-2019 (1)

Ontem o Sport Lisboa e Benfica viveu uma Assembleia Geral Ordinária bastante acalorada. Dividiu-se em 3 momentos: a discussão das contas muito bem apresentadas pelo vice-presidente Nuno Gaioso, a parte em que há um arraial de porrada oral à presidência de Luís Filipe Vieira e a exaltação do presidente do Sport Lisboa e Benfica que levou a que este agredisse um sócio do Sport Lisboa e Benfica.
Não quero nem discutir as causas, nem o que é uma agressão, o certo é que o presidente do Sport Lisboa e Benfica NUNCA pode ter a atitude que teve. NUNCA o presidente do Sport Lisboa e Benfica pode agredir um sócio numa Assembleia Geral e isto passar entre os pingos da chuva como se nada se tivesse passado.
Muita mentira tem sido dita na Comunicação Social acerca do sucedido, como a causa ter sido uma referência ao caso e-toupeira, entre outras. Ou até ao nível da gravidade da agressão. Por exemplo, esta notícia do jornal "o jogo" é claramente uma tentativa desesperada de falar sobre o assunto de forma diferente da concorrência, pois é mentira, nada de extraordinário se passou durante esta intervenção: https://www.ojogo.pt/…/as-palavras-do-socio-do-benfica-que-…
O presidente do clube até se inflamou num discurso (que apesar de não preparado) nem estava a ser o mais crítico à actuação da direcção, creio que terá sido o acumular de críticas, algumas directas, outras irónicas ou sarcásticas que levaram a esta atitude. LFV sentiu a sua dignidade ofendida pelo moço que discursava, se fosse no início das intervenções talvez não tivesse acontecido.
Destaco a calma do jovem associado que manteve sempre uma postura de não acicatar mais os ânimos, mesmo perante o confronto provocado por LFV. Foi terminar a sua intervenção instigado por sócios mais exaltados, mas sem nunca o forçar e em diálogo com a Mesa. No final desafiado por LFV ainda foi explicar o que quis dizer, não disse o que LFV queria que ele dissesse mas disse o que pensava. Parabéns a este jovem sócio por não ter piorado a situação nem se ter deixado subjugar.
Nota muito negativa para LFV que além da sua atitude imperdoável não teve a decência de se desculpar ao jovem no seu discurso final. Ficaram as ofensas e a intimidação. Nada que orgulhe quem preza a democracia neste clube.
Vou nos próximos artigos publicar algumas intervenções que ocorreram na Assembleia Geral, vou começar com o meu discurso. Antes que venham dizer que o que se passa na AG fica na AG, relembro-vos que isso é uma grande falácia, as AG não são reuniões secretas, são reuniões legais que ficam registadas em Actas que podem ser consultadas. As AG cehgaram a ter mesa para os órgãos de Comunicação Social e até transmissão televisiva. Actualmente, até como garante da democracia, deveriam ser transmitidas no canal do clube.

quinta-feira, 10 de março de 2016

Quartos-de-final dos Campeões (UEFA)

O SL Benfica apurou-se, em mais uma jornada Gloriosa, pela 18ª vez para as oito melhores equipas da principal competição da UEFA. Este número apenas é superado por 3 clubes, curiosamente, aqueles que são vistos como os mais fortes da actualidade e vencedores das 3 últimas edições da competição:

33 Real Madrid CF
26* FC Bayern München
19* FC Barcelona
18 Manchester United FC
*Provavelmente ainda serão apurados para os quartos-de-final desta edição.

Dados da UEFA sobre as participações do SL Benfica entre os 8 melhores da Europa:

Season Competition Competition P W D L
2011/12 UEFA Champions League Quarter-finals 14 6 5 3
2005/06 UEFA Champions League Quarter-finals 10 4 3 3
1994/95 UEFA Champions League Quarter-finals 8 3 4 1
1991/92 European Champions Clubs' Cup Third round 10 4 4 2
1989/90 European Champions Clubs' Cup Final 9 7 0 2
1987/88 European Champions Clubs' Cup Final 8 4 3 1
1983/84 European Champions Clubs' Cup Quarter-finals 6 3 0 3
1977/78 European Champions Clubs' Cup Quarter-finals 6 2 2 2
1975/76 European Champions Clubs' Cup Quarter-finals 6 2 1 3
1971/72 European Champions Clubs' Cup Semi-finals 8 4 2 2
1968/69 European Champions Clubs' Cup Quarter-finals 5 2 1 2
1967/68 European Champions Clubs' Cup Final 9 4 3 2
1965/66 European Champions Clubs' Cup Quarter-finals 6 3 1 2
1964/65 European Champions Clubs' Cup Final 9 6 1 2
1962/63 European Champions Clubs' Cup Final 7 3 3 1
1961/62 European Champions Clubs' Cup Winner 7 4 1 2
1960/61 European Champions Clubs' Cup Winner 9 7 1 1

Nesta lista o SL Benfica encontra-se em 4º lugar, entre os cerca de 500 clubes que já participaram na competição. 131, já contando com o WfL Wolfsburg, apuraram-se pelo menos uma vez para a lista dos 8 melhores. 73 desses clubes já se apuraram pelo menos uma vez além dessa fase.
No entanto, ainda há quem a uma distância enorme do SL Benfica diga o seu nome apenas para que se fale do seu clube, querendo fazê-lo maior do que a realidade apresenta. 1 participação entre os 8 melhores da Europa vale ser um dos 47 clubes em 84º lugar desta lista. Lá vão conseguindo que se fale deles.

No total de todas as competições europeias o SL Benfica vai para os seus 30ºs quartos-de-final em 61 anos de competições da UEFA. 

Ranking da UEFA

Com esta vitória o SL Benfica deu mais um grande passo para manter o 6º lugar no ranking da UEFA, não é um benefício muito maior que os lugares abaixo, até cerca do 12º lugar, mas é um registo de assinalar.

O SL Benfica assegurou ainda para Portugal a presença de 3 equipas na UEFA Champions League 2017/18, tendo sido o principal responsável, ao longo dos últimos 5 anos, pelo ranking que garante este benefício. 

Houve uma altura em que o SL Benfica ficou em 6º e 4º na Liga nacional (2000/01 e 2001/02) e não se qualificou para as competições europeias, na altura foi gozado pelos rivais; hoje fazemos pontos que até ajudam aqueles que ficam em 3º na Liga Portuguesa a qualificar-se para a Liga dos Campeões. Depois de 2002 o 4º lugar valeu qualificações à vontade para a Europa, aqueles que por lá andaram várias vezes iam garantindo o seu lugarzito europeu.

UEFA Youth League

Também esta semana a equipa júnior do SL Benfica jogou pela 3ª vez consecutiva os quartos-de-final da UEFA Youth League, ou seja, todas as edições disputadas, tal como Chelsea FC. A equipa benfiquista foi eliminada pelo Real Madrid CF, depois de uma campanha brilhante na fase de grupos, onde assegurou a maior goleada de sempre da UYL, o maior número de golos marcados e a maior diferença de golos.

Estes valores da formação chegaram mais uma vez longe sem poder contar com jogadores como Lindelöf, Gonçalo Guedes e Renato Sanches, que felizmente já tiveram oportunidade de jogar num nível superior.

No ranking de sempre da competição o SL Benfica apenas surge atrás do Chelsea FC, isto mostra o bom trabalho que tem sido feito na Academia. 

clube P J V E D GM GS DG Pt
Chelsea 3 23 20 1 2 73 16 57 61
Benfica 3 26 17 6 3 70 26 44 57
Barcelona 3 25 15 7 3 55 23 32 52
Real Madrid 3 25 16 3 6 63 30 33 51
Atlético Madrid 3 22 14 3 5 58 31 27 45
Manchester City 3 23 13 5 5 53 22 31 44
Anderlecht 3 21 11 5 5 45 28 17 38
PSG 3 22 10 7 5 42 29 13 37
Ajax 3 18 11 3 4 41 27 14 36
Arsenal 3 22 10 4 8 41 30 11 34
Falta o jogo Chelsea FC - AFC Ajax dos quartos-de-final.

O prémio de Melhor Academia do Ano nos Globe Soccer Awards e estes resultados vêm mostrar que ser o melhor na formação - ou em qualquer outra coisa - não é imutável, é um trabalho que tem de ser construído constantemente. Não é por uma reportagem da BBC dizer que se é a 2ª ou a 3ª melhor academia da Europa que isso faz com que um clube tenha a melhor formação eternamente. Neste momento a melhor formação é a nossa, mas muito tem ainda de ser trabalhado, porque nós não vivemos de distinções efémeras.